sexta-feira, 23 de março de 2012

22 de Março, Dia Mundial da Água. Declaração Universal dos Direitos da Água


DOMINGO, 18 DE MARÇO DE 2012


Rio da Bacia Amazônica /Brasil


O Dia Mundial da Água foi criado pela Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), estabelecendo que todo 22 de Março de cada ano deve celebrar esse recurso natural indispensável a todos os seres vivos.

Logomarca da ONU

Água limpa é um direito nem sempre ao alcance de todos que vivem na terra, que tem um total de 7 bilhões de habitantes. Cerca de 1 bilhão de pessoas têm acesso a fontes de águas tratadas, enquanto 2,5 bilhões vivem sem saneamento básico, ou seja, não tem água tratada, canalização e tratamento de esgotos, limpeza pública de ruas, coleta e tratamento do lixo, que evitem a contaminação e proliferação de doenças e garanta a preservação do meio ambiente.

Dois terços da área do nosso Planeta é formado só de água, o que dá a impressão de haver água sobrando para a população, o que não é verdade.

Vejamos: 97% da água do planeta vem do mar, imprópria para ser bebida ou aproveitada pela indústria; 1,75% é gelo; 1,24% está em rios subterrâneos, escondidos no interior da terra. Para o consumo de mais de sete bilhões de pessoas temos apenas 0,007% do total de água potável, ou seja, própria para o consumo.

Some-se o despejo de lixo e esgoto nos rios, as indústrias que jogam água quente matando os peixes, veremos que a conscientização das pessoas no sentido de evitar o desperdício e a poluição das águas e do meio ambiente é imperativo.

Essa agressão a um recurso natural indispensável à sobrevivência humana levou a Organização das Nações Unidas (ONU) a criar o Dia Mundial da Água, em 22 de março de 1992. No Brasil, em 10 de dezembro de 2002, o Senado Federal aprovou o Dia Nacional da Água, destacando que a sociedade brasileira deve debater os problemas e a busca de soluções relacionadas ao uso e à conservação dos recursos hídricos.

A ONU elaborou um documento trazendo informações e estímulos à cultura da preservação ambiental e consciência ecológica em relação à água, que chamou de Declaração Universal dos Direitos da Água, que citamos abaixo.

Declaração Universal dos Direitos da Água

Art. 1º - A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de todos.
Art. 2º - A água é a seiva do nosso planeta. Ela é a condição essencial de vida de todo ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. O direito à água é um dos direitos fundamentais do ser humano: o direito à vida, tal qual é estipulado do Art. 3 º da Declaração dos Direitos do Homem.
Art. 3º - Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia.
Art. 4º - O equilíbrio e o futuro do nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende, em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam.
Art. 5º - A água não é somente uma herança dos nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como uma obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras.
Art. 6º - A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo.
Art. 7º - A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis.
Art. 8º - A utilização da água implica no respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado.
Art. 9º - A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social.
Art. 10º - O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.

Breve História da Relação do Homem com as ÁguasAs Sociedades Hidráulicas

O homem sempre se estabeleceu em locais próximos aos rios e mares, garantindo seu sustento através da pesca e da agricultura, dando idéia do quanto somos dependentes da água desde os primórdios da nossa existência.

As grandes civilizações surgiram de um modo geral, por causa das tribos nômades que se estabeleceram em um determinado local, dando origem ao sedentarismo em oposição ao nomadismo. O fator decisivo para que essas tribos pudessem criar raízes num local, foi a presença de dois recursos básicos: água e terra. Com água em abundância e terra fértil para plantar, colher, criar animais e controlar a produção de comida, não haveria necessidade de se mudar continuamente (nomadismo).

Com exceção dos gregos e fenícios, que se desenvolveram à beira mar (Mar Mediterrâneo), as grandes civilizações humanas nasceram e se desenvolveram às margens de grandes rios – são as chamadas Civilizações de Regadio ou Civilizações Hidráulicas ou Sociedades Hidráulicas.

Dá-se o nome de civilização ao povo que domina a escrita, tem governo e sociedade hierarquizada dividida entre dominantes e dominados, e que vive em cidades equipadas por casas, templos, palácios, túmulos etc.

A maioria das civilizações da Antiguidade desenvolveu-se na Região do Crescente Fértil, que tem esse nome em referência ao arco formado pelas diferentes zonas da área que se assemelham à Lua Crescente. Estende-se das planícies do rio Nilo, continuando pela margem leste do Mediterrâneo, Penínsulas Arábica e da Mesopotâmia, até o Golfo Pérsico.

A religião era politeísta e o deus Sol, era um dos mais importantes, além dos deuses das águas, como o deus Oceano, que é tão antigo como o mundo, sendo representado sob a forma de um velho, sentado sobre as ondas, com uma lança na mão e um monstro marinho ao seu lado. Esse velho segura uma urna e despeja água, símbolo do mar, dos rios e das fontes. Para os egípcios, por exemplo, Khnum era o deus da criatividade e controlador das águas do rio Nilo. Netuno era o deus romano do mar, inspirado no deus grego Poseidon ou Posídon, deus do mar, originariamente deus das fontes e das correntes de água. Para as religiões de matrizes africanas Oxum é a deusa da água doce, do ouro, da fertilidade e do amor, sendo sincretizada com Nossa Senhora das Candeias.

Para sua Reflexão: O que você faz para economizar água no seu dia-adia?

Referências (sites consultados em 21/03/2012)

Divindades do Mar e das Águas. Disponível em:
http://www.mundodosfilosofos.com.br/divindades.htm
http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/datas/agua/home.html
http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/datas/agua/declaracao.html


terça-feira, 6 de março de 2012

Breve relato sobre as atividades desenvolvidas durante o Festival de Talentos 2009 no Miriam Seixas


Bom, aqui estou eu de volta para mais uma postagem ranzinza sobre minhas insistentes invenções na área de Educação, acreditando (ainda!) que poderão dar certo. É desgastante, mas o resultado é gratificante. Falo, dessa vez sobre o Festival de Talentos (categoria Fundamental I) da Escola Supervisora Miriam Seixas, ocorrido na última sexta-feira dia 11/12/09, organizado pela professora Roseane Leal.

Trabalhamos ao longo do mês com enfoque na área de Língua Portuguesa e Arte buscando incentivar e assim resgatar os talentos escondidos. Lançamos mão de diversas formas de atividades como leitura, escrita, produção textual, recital de poemas, pesquisa biográfica, confecção de trabalhos manuais com materiais recicláveis, teatro de fantoches e outros. Assim tivemos um perfil dos alunos que mesmo em meio a tantas limitações impostas pelo sistema sócio- educacional e econômico, conseguem sobressair-se. Basta um pouco mais de paciência e conhecimento por parte dos discentes para mostrar-lhes as pistas que os conduzirão rumo ao caminho das descobertas.

Muitas vezes, devido as "N's"dificuldades que encontramos na rede pública, a tendência é subestimar a capacidade de criação de nossos alunos. No entanto, pude constatar mais uma vez a empolgação, a interação e superação destes, através de direcionamentos e sugestões. A priori falo por mim (sem missa de corpo presente), quando propus a minha turma do 5º ano um trabalho de pesquisa sobre a arte de Tarsila do Amaral. A princípio achei que não seria um tema instigante, mas fui insistente e eles foram tomando gosto pela coisa. Trabalhamos a biografia, o conteúdo e os temas presentes em sua obra; a cor local inscrita em seus trabalhos, fruto de uma tendência modernista. Por conta do conhecimento muito limitado a respeito da artista, tive que propor um trabalho de pesquisa mais apurado, com o auxílio do dicionário, para traduzir verbetes até então desconhecidos do vocabulário deles.


O que me surpreendeu pra caramba (me desculpem o termo popular) foi o momento que eles passaram a reproduzir, ou seja, fazer uma reeleitura dos quadros de Tarsila do Amaral. "ABAPORU", por exemplo ficou um espetáculo (opinião minha) pelos pincéis da Evelyn. E tantos outros como "PAISAGEM COM TOURO", "A LUA"... enfim, confira caro leitor nas imagens acima (fotos minhas).

Poderia ter sido melhor se tivéssemos mais apoio e o evento estivesse sido incluso no calendário letivo para meados de outubro. Mas fica registrada aqui a sugestão. Já era de se esperar essas dificuldades, principalmente com relação a espaço físico. É público e notório que estamos reivindicando há mais de 20 anos a construção de uma escola de qualidade em Jardim Prazeres, um espaço com dependências físicas adequadas que atenda as necessidades da comunidade escolar daquele bairro. Mas até o momento só promessas. Até quando vamos esperar? Oh, my Saint Chair...

Mesmo assim, não desistimos de lutar. Nossa "briga" é em prol de nossos alunos. São eles a razão de continuarmos acreditando que um dia vai dar certo.

Valeu!!!! Parabéns a todos, alunos e professores!!!

FOTOS DO PROJETO FESTIVAL DE TALENTOS 2009